6 de maio de 2009

Perdão



Caminhava naquele lugar, ao som da melodia entoada pelos seres que ali habitavam em adoração à deusa Terra, que se manisfestava na mais simples folha úmida, lacrimejada pelas árvores.
Clima lúgubre, com as trevas que lhe tocavam os olhos, penetrando na sua alma e fixando-o na solidão.
Parou de caminhar e jazeu sobre aquelas folhas caídas.
De bruços para o firmamento, explorou com os olhos em busca de uma única luminescência, que lhe trouxesse a Esperança perdida.
Sentiu um impulso na alma. Era ela que chegava.
Uma sensação gélida na espinha difundia-se em direção ao coração, o único que ainda pulsava, com a última energia que lhe restava pela Esperança que um dia ali habitara. Sabia que a partir daquele momento não haveria mais retorno.
Com o último clamor das suas entranhas pediu, sôfrego, o perdão da sua deusa Terra.
Não mais sabia, apenas sentia.
E com um brado de um vulcão o perdão foi lhe concedido, só assim pôde jazer em paz, de volta à sua origem: a terra.